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11.20.2012

Outros Olhos



         Era sábado, escola fechada. Digo semifechada, deixaram-no entrar. Ele entrou, com sua roupa de escritório, pois havia saído do seu árduo trabalho. Andou pelos corredores, e começou a falar sozinho.  Tecnicamente, ele não estava só. Uma supervisora estava tomando conta da escola, pois não tinha amigos, não tinha parentes por perto, por isso havia de passar o tempo fazendo várias coisas. Ela estava em um dos bancos do pátio, ouvindo música com o seu minúsculo player.
         O homem pensava em voz alta:
         - Esse corredor... Gastei muita sola de sapato correndo nesse corredor. Usava-o tanto para brincar de pega-aranha¹ e fugia quando as meninas me convidavam para a quadrilha.


         Ele sorriu. Respirou. Respirou de novo e foi ao bebedor.
         - Quantas lorotas eu já ouvi dos mal-educados que estudavam aqui, dizendo que um caramujo tinha passado na torneira. Todos caíam na deles, e todo mundo ficava com a boca seca.
Ele sorriu de novo. Percebeu que pouca coisa foi conservada ali. Ainda havia a velha quadra aberta, as árvores ao lado do refeitório e o corredor estavam intactos.
Ele sempre achou ser um aluno especial, um aluno que faria toda a diferença quando saísse. Isso porque ele fez várias amizades com os professores e outros funcionários. Quando ele passava no pátio e entrava nas salas, ele achava isso uma mágica. Sentia uma coisa intensa dentro dele, como se ele gostasse mais dali do que sua casa. Olhava a escola com outros olhos.
A supervisora interrompeu aquele doce passeio. Ela deveria ir embora e trocar de turno com outro inspetor, este que não permiti visitas internas.

E.E.E.F.M. Prof.º Paulo Freire
02 de Agosto de 2012 – Pedro Felipe Soares Silva - 1º B



[1]  Brincadeira que consistia em um ser o pega, e ao tocar os amigos, ambos deveriam tocar outros, como se fosse uma ação em cadeia.

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