Uma menina chega da
escola, suada, e deixa sua bolsa de rodinhas, que fazia um barulho
insuportável, ao deslizar sobre as cerâmicas mal niveladas, perto da cama. Sem
tirar o uniforme sujo de terra, a garotinha de oito anos liga a tevê e
sintoniza o canal de sua preferência: o que estiver na programação infantil. Na
líder de audiência não havia nada, nem nas outras, até que um canal bem no
final de sua lista chama a sua atenção. Um trenzinho, até então assustador, por
sua face (sim, o trenzinho tinha uma face) sombria, andava soltando gelo seco
por baixo de sua base, enquanto uma musica bizarra soava. Só que este som bizarro
chamou a atenção da garota, que se sentou no chão e pôs-se a mexer a cabeça
conforme a batida da musica ia. As tais aventuras do trenzinho não eram tão
radicais assim. Na ocasião, o trenzinho nem era o centro das atenções, e sim um
“amigo” dele, que estava buscando algo. A menina mal presta atenção na narração
do programa, fica focada na face do trenzinho. Em um segundo triste, em outra,
surpresa. A mudança de faces do
trenzinho assusta a garota, até que uma tremenda mensagem subliminar é
percebida pela garota: a menina grita de medo, corre para a cozinha, onde sua
mãe está, clamando por abrigo e ajuda.
- O que foi?
- Um monstro, mãe, um monstro!
A mãe da garota a acompanha até a sala,
pedindo para sua filha apontar para o tal monstro. Ela aponta para a televisão,
que ainda exibia o trenzinho assustador. A mãe dela passa a mão sobre sua
cabeça, e volta para a cozinha. A menina, pensando que o monstro fora embora,
senta novamente no chão para continuar o desenho. Só que o desenho termina, e
as palavras em inglês sobem rapidamente. A música bizarra soa novamente, e a
menina torna a mexer a cabeça conforme a musica ia. Um misterioso vento vindo
da porta assusta a garota, que desliga a TV e vai tirar o suor, tomando banho.
Presidente Médici,
RO, 26 de junho de 2012.
Pedro Felipe Soares
Silva, 1º B.
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