Julgamento
Era segunda-feira e todos aguardavam o julgamento. O ar condicionado liberava um ar extremamente seco, e as cadeiras marrons ali presentes se mexiam para tomarem um pouco de ar. Quem, sentando-se nela, sofresse com o ar condicionado, logo saía para beber água mineral. Depois de meia hora, a pontualidade chega. Os convidados chegaram mais cedo, para não perderem nem um segundo do tão aguardado julgamento.
Julgamento este que foi até divulgado exaustivamente na única e singela rede local de televisão daquele município. A apresentadora – formalmente vestida – falava e até irritava alguns telespectadores durante seu pequeno telejornal.
O grande momento chega. O réu entra. O público fica em silêncio, para evitar a chamada de atenção do juiz. Este juiz, ali no meio, era o centro das atenções – por ser jovem – até perceberem o desleixado visual do réu.
- Deve ser para afirmar que era pobre e por isso roubou aquilo tudo – cochichava uma mulher. O juiz não percebeu este cochicho, e logo começou o julgamento.
O réu, de idade jovem, entre 20 e 23 anos, estava sendo acusado de roubar diversos itens em uma joalheria. O publico perguntava o porquê disso, já que ele era feliz, pois tinha emprego, ótimo salário e família.
Ele afirmou chorando, e exclamando o motivo do roubo:
- Há cinco anos, eu perdi minha namorada por que não pude comprar uma joia para presenteá-la. Ela ficou furiosa. Semana passada, ela morreu. E eu queria entregar esta joia a ela. Fiz isso sem pensar nas consequências, por favor, me ajudem!
A história parecia não impressionar ninguém. Apesar de ele estar falando a verdade, ninguém tinha dúvida, __ a história era uma farsa. Até que um homem se levanta – o pai da menina que morreu – e concorda com tudo o que ele disse.
Só em pensar que alguém acreditou na verdade que ele contara, o jovem ficou feliz. Claro que foi preso, mas a pena foi reduzida. Um ano e meio, já que ele foi pego devolvendo a joia após se arrepender do que fez.
Sala de Recursos da E.E.E.F.M. Prof.° Paulo Freire
Pedro Felipe, 20 de Junho de 2012.
Pedro amo seus textos...
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