Xadrez

XADREZ

        - Alô!

        - Alô, quem fala?

        - É o Robson.

        - Que Robson?

        - Fala Sério Jurandir!

        - Que Jurandir?

        O telefone desliga. Túlio estranha o fato de o chamarem de Jurandir, sendo que ele não era o Jurandir, e sim seu irmão. O telefone toca outra vez. A mesma voz de antes é a de quem liga.

        - Alô!

        - Alô! Quem fala?

        - É o Robson, e aí Jurandir?

        - Não sou o Jurandir.

        Túlio iria desligar o telefone outra vez, mas pensou bem e deu para Robson uma informação.

        - Não sou o Jurandir, sou o irmão dele. Ele está no banheiro fazendo o número 5.

        - Que número 5?

        - Nem queira saber. Ah, ele acabou de sair. Vou chamar ele.

        - OK.

        Jurandir pega o telefone:

        - Fala, Robson!

        - E aí, eu tô com um desejo incansável e indestrutível...

        - De quê, Robson?

        - De jogar xadrez! Posso ir à sua casa para jogarmos?

        - Sim. Que horas?

        - Agora!

        Robson chega na casa de Jurandir cinco minutos depois da ligação ser encerrada. Ele nem pede licença, vai logo pegando o jogo de Xadrez do seu amigo, estende sobre a mesa e arruma as peças.

        - Você é o branco.

        - Ok... Disse Jurandir, sem reação por ter visto Robson tão frenético por um jogo de xadrez.

        Os dois começam a partida. Em cinco jogadas, Robson grita:

        - Cheque Mate!

Jurandir olha bem o tabuleiro e percebem que realmente seu rei estava em cheque. Logo faz uma cara de insatisfeito, levanta-se e pergunta para Robson:

- Quer suco de laranja?

- Não. Quero que você termine de jogar!

- Eu já perdi!

Robson fica em silêncio. Olha o tabuleiro e percebe que Jurandir não tem saída. Pega o tabuleiro e guarda em sua caixa.

- É verdade. Quer revanche?

- Não. Quer suco de laranja?

- Quero.

Presidente Médici, 10 de maio de 2012

Sala de Recursos da E.E.E.F.M. Prof.° Paulo Freire

Pedro Felipe Soares Silva, 1° B.